Maiores companhias de alimentos investem em agricultura regenerativa
A PepsiCo acaba de anunciar a meta de implantar práticas agrícolas regenerativas em 2,8 milhões de hectares até 2030. O feito não é isolado – outras gigantes do setor de alimentos e bebidas, como Danone, Nestlé e Unilever, também estão investindo na agricultura regenerativa.
Em março, a Danone anunciou que expandiria seus projetos de agricultura regenerativa para 188 hectares nos próximos anos. Uma iniciativa de destaque é o Projeto Flora, que propõe aos produtores de leite uma integração entre pasto e floresta, que ajuda a reter carbono no solo com o novo plantio de espécies arbóreas, aumenta o bem-estar do animal e melhora a qualidade leite, matéria-prima essencial para a fabricação de alimentos da companhia.
“A proteção do solo e não o seu esgotamento tem melhora para o solo e amplia a biodiversidade do solo. Essa agricultura que minimiza as emissões de carbono e dependência de insumos externos é muito positiva porque produzimos também biofertilizantes, e a Danone bancar essa iniciativa é fantástico, nos tornamos um lugar com fusão de conhecimento”, explica Caio Rivetti, um dos produtores de leite da empresa.
Apoiar agricultores e fornecedores a promoverem a agricultura regenerativa também é a promessa da Nestlé. São 500 mil agricultores e 150 mil fornecedores impulsionados a adotar o método. “Essas práticas melhoram a saúde do solo, mantêm e restauram diferentes ecossistemas. Em troca, a Nestlé está se oferecendo para compensar os agricultores comprando seus produtos e co-investindo nas despesas de capital necessárias. A Nestlé espera adquirir mais de 14 milhões de toneladas de seus ingredientes originários de agricultura regenerativa até 2030”, afirma a companhia em comunicado.
A multinacional está implementando várias medidas para reduzir suas emissões pela metade até 2030 e atingir emissões líquidas zero até 2050. Entre as ações, destaca a transição para eletricidade 100% renovável até 2025, a oferta de mais marcas “neutras em carbono” e o plantio de 20 milhões de árvores nos próximos 10 anos.
“Mais árvores significam mais sombra para as plantações, mais carbono removido da atmosfera, maiores rendimentos, melhor biodiversidade e saúde do solo. As principais cadeias de fornecimento de commodities essenciais da empresa, como óleo de palma e soja, estarão livres do desmatamento até 2022”, garante a empresa.
Outras iniciativas incluem: compensar as viagens de negócios até 2022, implementar medidas de proteção e regeneração da água e enfrentar o desperdício de alimentos em suas operações.
Já a Unilever em comemoração ao Dia Mundial da Terra, celebrado em 22 de abril, lança o “Princípios de Agricultura Regenerativa”. O documento oferece orientação sobre como fornecer resultados positivos em termos de nutrição do solo, aumento da biodiversidade, melhoria da qualidade da água, resiliência climática, captura de carbono, além da restauração e regeneração da terra.
Os princípios também visam impulsionar o engajamento de parceiros, fornecedores e produtores rurais. A Unilever tem como meta zerar o desmatamento, até 2023, na produção das seguintes matérias-primas agrícolas: óleo de palma, celulose (papel e papelão), chá, soja e cacau. Confira abaixo os “Princípios de agricultura regenerativa” propostos:
• Impactar positivamente em práticas agrícolas na saúde do solo, qualidade da água e do ar, captura de carbono e biodiversidade.
• Habilitar as comunidades locais para proteção e melhoria do meio ambiente e bem-estar.
• Produzir safras com rendimento correto e qualidade nutricional para atender as necessidades atuais e futuras, ao mesmo tempo que mantém o consumo de recursos no menor nível possível.
•Otimizar o uso de recursos renováveis, enquanto minimizamos o uso de recursos não renováveis.
Por fim, a PepsiCo é a mais recente companhia a anunciar a meta global de implantar práticas agrícolas regenerativas em 2.8 milhões de hectares – área equivalente a 4 milhões de campos de futebol. As ações incluem melhorar a saúde do solo; sequestrar carbono e reduzir suas emissões; melhorar a saúde das bacias hidrográficas; proteger a biodiversidade e fortalecer os meios de subsistência dos agricultores.
Outro objetivo é atingir 100% de suas matérias-primas produzidas de forma sustentável até 2030. Exemplo disso é que, no Brasil, 100% das batatas fornecidas para a companhia já são de origem ecológica. A empresa também define a meta de melhorar os meios de subsistência de mais de 250 mil trabalhadores em comunidades agrícolas em todo o mundo, que realizam o abastecimento agrícola.
A PepsiCo possui três fazendas de demonstração, as chamadas Demo Farms, que servem como modelo de novas tecnologias de cultivo e de aplicação das práticas de agricultura regenerativa.
Garantir a produtividade de alimentos sem descuidar da saúde do solo é uma prática essencial para garantir o futuro do planeta.
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