Hortas inclusivas surgem para acolher diversos públicos

As hortas urbanas comunitárias são espaços de produção de alimentos que, em muitos casos, servem como prática terapêutica para os cuidadores. Tais áreas agregam voluntários jovens, adultos e idosos, que cedem tempo e dedicação e em troca podem ganhar mais disposição, mais amizades, mais saúde mental. Para tornar o ambiente acolhedor aos mais diversos públicos têm surgido nas cidades brasileiras as chamadas hortas inclusivas.

Diadema, município de São Paulo, acaba de inaugurar sua 33ª horta comunitária. Diferente das demais, esta última tem a particularidade de ter três canteiros suspensos pensados e construídos de forma que todos possam usar, inclusive pessoas com deficiências. O espaço completo é formado por 83 canteiros que serão mantidos por 43 plantadores da cidade.

Os canteiros elevados possuem medidas para encaixar a cadeira de rodas sem empecilhos, além de serem úteis também para os idosos que não terão que se abaixar e desgastar a coluna ou os joelhos. Outro recurso que pode ser aplicado nas hortas inclusivas são placas em braile em cada muda.

A ação em Diadema integra o Programa Agricultura Urbana, que foi implantado em 2004. Atualmente, funcionam na cidade 71 hortas coletivas em quatro tipos de modalidades: comunitárias, educacionais, institucionais e ocupacionais. A prefeitura entrega os canteiros prontos e o primeiro plantio e os participantes dão continuidade ao cultivo. Cabe ao município, ainda, dar a assistência necessária – formação e esclarecimento de técnicas de plantio.

Em 2022, Diadema também lançou o projeto Horta em Casa para estimular os moradores a produzirem seus próprios alimentos sem agrotóxicos.

Hortas no nordeste

No Colégio Marista em Aracati, no Ceará, uma professora está apostando na horta sensorial para estimular os cinco sentidos (tato, olfato, paladar, audição e visão) das crianças. O cultivo de ervas medicinais, flores e frutos em canteiros suspensos, tem ajudado especialmente alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) a ampliarem o paladar e experimentarem novos sabores. Isso porque é comum entre quem tem o diagnóstico passar por fases de seletividade alimentar. Saiba mais sobre a iniciativa aqui.

A possibilidade da horta como terapia tem sido aplicada em crianças com autismo no Núcleo Infantil de Integração de Olinda, no Pernambuco. O projeto “Plantando e Aprendendo” inclui os pequenos desde o plantio até a colheita. Coentro, salsa, cebolinha e batata doce são alguns dos alimentos que estão crescendo no espaço e, em breve, farão parte de suas refeições.

O Núcleo em Olinda ainda conta com pequenos animais (como periquitos e coelhos) para que as crianças possam lidar também com o cuidado e manejo dos animais – o que ajuda na socialização tanto com os animais como também com as outras crianças.

Entre os benefícios de incluir crianças com deficiência diversas nos cuidados de plantio está a possibilidade de estimular as funções cognitivas, como: memória, atenção, percepção, raciocínio, linguagem e a coordenação motora.

Ciclovivo

 

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