Passo a passo para ter uma horta ecológica
Plantar a própria comida, ter momentos para mexer na terra e se reconectar com a natureza, acompanhar o ciclo das diferentes culturas e cozinhar com aquilo que você mesmo cultivou – seja um legume ou um tempero. Estes são prazeres que estão ao alcance de todos, mesmo de quem mora em pequenos espaços.
Como ter uma horta ecológica?
A ideia de ter a sua horta pode ficar ainda melhor quando aplicamos alguns princípios e cuidados, tornando nossa plantação mais ecológica. E nossa colheita mais saudável. Separamos algumas dicas da Cientista Agrícola, portal especializado em Agricultura, para quem quer seguir este caminho.
1. Solo
Vamos começar do começo? O solo é a base de qualquer plantação, do mais simples tempero a frutas e legumes. Composto por milhões de organismos, de diferentes características e tamanhos, o solo é um universo que precisa estar equilibrado. Bactérias, fungos, minhocas, formigas, nematoides, protozoários, artrópodes, são exemplos deste ecossistema, cada um com funções específicas essenciais que têm um papel muito importante na decomposição da matéria orgânica e na fertilidade da terra.
A dica aqui é usar sempre adubos orgânicos, remoer o solo para que ele esteja sempre macio e equilibrado e regar com cuidado, respeitando as necessidades de cada planta. Ao contrário do que muita gente pensa, fertilizantes minerais em doses excessivas levam a um desequilíbrio biológico do solo e consequente redução da biodiversidade lá existente.
Antes de plantar, prepare o solo com carinho.
2. Cobertura do solo
Depois de prepara o solo, é necessário preservar suas características. Para isso, uma cobertura com palha, casca de árvores, folhas secas ou gravetos ajudam a minimizar as perdas de água por evaporação que ocorrem especialmente nos meses mais quentes do ano. Por outro lado, usar coberturas do solo revela-se um excelente aliado para combater plantas que não sejam bem vindas. Caso elas apareçam a dica é remover manualmente, sem usar herbicidas.
3. Culturas diversificadas
Na natureza um ecossistema equilibrado é composto de diversas espécies, certo? Em uma floresta, árvores de diferentes tamanhos, convivem com plantas rasteiras, arbustros e espécies animais. O mesmo princípio vale para a horta. A monocultura gera desequilíbrio e favorece o que chamam de “pragas”. Por outro lado, uma plantação diversificada gera interações positivas e ajuda a prevenir o aparecimento de bichinhos ou outras plantas que ameaçam suas culturas.
Quanto mais culturas a sua horta tiver, assim como fruteiras, aromáticas, plantas medicinais e flores comestíveis maior a biodiversidade. Antes de escolher o que quer plantar deve avaliar se a cultura pretendida está bem adaptada às características da sua região. Sempre que possível, escolha espécies nativas que vão se adaptar melhor ao clima e solo. Na dúvida, peça ajuda a um especialista do local onde vai comprar as suas plantas ou sementes sobre quais as culturas da época que estão mais adaptadas à sua zona.
Para garantir um crescimento e desenvolvimento mais tranquilo, muita gente opta por comprar mudas que já estão em um estágio mais avançado. Para quem quer curtir o processo, comprar sementes e acompanhar o seu crescimento desde o início também é uma boa ideia.
4. Esteja presente
Um dos erros mais frequentes de quem começa uma horta é se dedicar muito no início e depois deixar o espaço “abandonado” por períodos de tempo cada vez maior. Faça um planejamento das suas atividades e deixe um tempo reservado para ver se está tudo bem. Mais do que regar, é preciso observar o desenvolvimento das plantas, ver como está o solo, checar possíveis ameaças como pulgões ou ervas daninhas. Identificar precocemente estes problemas já é meio caminho andado para resolvê-los.
Um olhar mais atento ao que você estiver plantando é muito importante – uma vez por semana dedique mais tempo para o cuidado com a horta, seja ela uma horta em vasos ou em uma área aberta. Importante lembrar que isso não exclui as regas que podem ser inclusive diárias.
5. Água na medida certa
Regar as plantas pode ser um momento terapêutico. Quando você deixa as outras tarefas cotidianas de lado e se dedicar a cuidar daquilo que está cultivando. Mas, ao mesmo tempo que a água é fundamental, ela também pode ser um problema se for usada em excesso ou não for suficiente. Mais uma vez, equilíbrio é a palavra chave.
Antes de estabelecer uma rotina de rega, pesquise sobre as necessidades de águas das culturas que você escolheu. Outro ponto importante é checar se o solo está drenando bem a água, para evitar poças.
O clima também deve ser levado em consideração. No calor, a água evapora mais rápido e as regas podem ser mais constantes. No inverno, acontece o contrário.
Os horários das regas também são importantes. De forma geral, na época mais quente do ano, convém regar as plantas no fim do dia, quando as temperaturas baixam um pouco e a água não vai evaporar tanto. Com isso, também se evita o aquecimento da água que está no solo e que poderia prejudicar as raízes.
Nos dias mais frios, é importante que a água seja usada pela manhã. Isso evita que as baixas temperaturas da noite sejam ainda mais nocivas com o solo muito úmido.
6. Adubação
Além da escolha por adubos orgânicos, é importante decidir bem o momento de adubar o solo da sua horta. Uma dica que vale para a maioria dos casos, é adubar o solo mais intensamente na primavera, quando ocorre o crescimento e desenvolvimento da maioria das culturas e no qual as plantas necessitam de maior aporte nutricional. Opte também por adubos de libertação lenta pois dessa forma também irá contribuir para a perda de nutrientes em profundidade.
Períodos de muita chuva não são muito recomendados, porque a probabilidade de “arrastamento” e perda de nutrientes através da água da chuva é muito maior. Nestes momentos e durante o inverno, garantir uma boa cobertura do solo é importante.
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