USP tira do papel projeto premiado de horta comunitária
Um concurso de projetos sobre sustentabilidade serviu de estímulo para um grupo de estudantes universitários criar no campus da USP, em Ribeirão Preto, uma horta comunitária. E a ideia foi além da horta, ganhando status de centro de convivência, aprendizagem e alimentação para estudantes, professores, funcionários e, também, comunidade externa.
O Projeto Horta Comunitária da USP foi destaque internacional no prêmio Diplomacia Verde, promovido pela União Europeia, que estimula o protagonismo de jovens, a partir de projetos relacionados a soluções para um futuro mais sustentável, verde e inclusivo. Em 2021, a cidade de Lahti, na Finlândia, venceu a competição, que premiou outros dois grupos ao redor do mundo. O projeto da USP, em Ribeirão Preto, foi um dos que receberam menção honrosa, além de uma câmera fotográfica profissional que será usada para documentar ações e incentivar jovens a promover iniciativas para ajudar o meio ambiente.
Idealizada por alunos e egressos de diversos cursos da USP, além de um estudante da Unesp, a horta será instalada no horto medicinal da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, com base, principalmente, no cultivo das Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc), como amor-perfeito, dente-de-leão e taioba. As Panc da horta comunitária vão fornecer frutas, flores, legumes, folhas, tubérculos e temperos medicinais. O terreno já está sendo preparado.
Benefícios para a sociedade
Os benefícios da horta são diversos, tanto para a comunidade uspiana quanto para a sociedade em geral. “A expectativa é colaborar para a difusão e extensão do conhecimento sobre alimentação saudável”, conta Marcel Vinícius Gulla, aluno da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Unesp e um dos idealizadores do projeto na USP.
E a comunidade externa ao campus ficará por dentro dos benefícios relacionados à segurança alimentar e terá acesso a alimentos de menor cultivo, mas ricos em nutrientes, aprendendo técnicas de manejo e tecnologias mais acessíveis e eficientes para enriquecer a saúde do solo e, consequentemente, a das pessoas.
Para o futuro, a equipe da horta pretende abrir o projeto para que pessoas da comunidade externa trabalhem no local e possam levar para suas casas a produção. “Mas o principal é motivar as pessoas a conhecerem melhor os alimentos consumidos”, diz o estudante. Ele acredita que, com mais informação, os consumidores se tornam mais exigentes, buscando fornecedores que trazem produtos de mais qualidade.
Gulla conta que o grupo planeja realizar oficinas de culinária, ensinando formas mais práticas de usar as Panc, além de organizar campanhas e cozinhas comunitárias. Mas lembra que só o contato com a natureza já vale a pena, com cheiros, formas e sabores naturais. “As formas e interações da natureza têm muito a nos inspirar e ensinar a levar mais harmonia no nosso dia a dia”, ensina.
Projeto destaca a autonomia dos estudantes
Tão importantes quanto todos esses benefícios, a iniciativa e a autonomia dos estudantes são consideradas fundamentais por Regina Yoneko Dakuzaku Carreta, professora do Departamento de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e vice-coordenadora do projeto. “Eles estão pensando não só na formação profissional, mas também na contribuição para a sociedade.”
Já a coordenadora do projeto, a professora Simone de Pádua Teixeira, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, enfatiza a importância do ambiente multidisciplinar que foi formado para colocar a ideia em prática. É que o projeto precisou reunir informações das áreas de agronomia, botânica e nutrição, mostrando “que todas as informações, de todas as áreas, são importantes”, destaca Simone.
E o trabalho interprofissional, assinala Regina, acaba reunindo pessoas com diferentes formações e experiências na construção de um projeto comum de forma integrada. “Nós trabalhamos com ações colaborativas, buscando atingir da melhor forma os objetivos do projeto”, comemora.
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