Pesquisa inédita identifica os ‘gargalos’ dos orgânicos
A maior parte dos consumidores brasileiros não compra, não se interessa e não relaciona alimentos orgânicos a marcas consolidadas nesse segmento de negócio. E grande parte dos que dizem já consumir orgânicos com alguma frequência restringem as compras a verduras, legumes e frutas devido ao preço alto cobrado por esses produtos, o que ajuda a explicar a dificuldade do segmento em verticalizar sua cadeia.
As constatações estão em uma pesquisa inédita realizada a pedido do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), na qual 905 pessoas foram ouvidas em nove capitais de quatro regiões do país, entre março e abril. Segundo o levantamento, o primeiro dedicado ao tema, apenas 15% da população urbana entrevistada disse ter consumido algum alimento ou bebida orgânica no último mês.
Desses, 11% afirmaram consumir orgânicos mais de uma vez por semana e 37% disseram consumir apenas uma vez por mês.
Grande parte dos entrevistados (62%) afirmou que o preço é o fator que mais desencoraja a compra de alimentos orgânicos – em alguns casos, paga-se mais que o dobro do equivalente convencional. Outros 32% relataram a falta de lugares próximos com oferta de orgânicos, e 4% acusaram falta de confiança no segmento.
Praticamente metade dos entrevistados tampouco lembrou de ter visto o selo – obrigatório – emitido pelo Ministério da Agricultura, que atesta a produção orgânica no país. Há ainda uma gama de consumidores que demonstrou graus de confiança variados em relação ao selo.
Quando indagados sobre as marcas que vêm à cabeça quando se fala em alimento orgânico, 84% dos entrevistados não souberam citar uma marca orgânica. Dentre o grupo restrito que arriscou, a Korin foi a mais lembrada (por 3% dos respondentes). Curiosamente, a empresa atua principalmente no mercado de frango sem antibióticos, sendo a produção de orgânicos uma parte menor da sua produção avícola.
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