Como (e por que) cultivar musgo em seu jardim?

Nas florestas, especialmente em regiões mais úmidas, o musgo faz parte da paisagem. Este pequeno “tapete verde” cresce no solo, em troncos de árvores e até em algumas pedras. Nos jardins, muitas vezes ele é arrancado durante a “limpeza”. Mas, repensar esta prática pode ser uma boa opção.

Os musgos são plantas sem flores que produzem esporos em vez de sementes. Eles têm caules e folhas, mas não raízes verdadeiras. Em vez disso, eles têm pequenas estruturas semelhantes a “cabelos” conhecidas como rizóides. Alguns musgos sugam umidade e nutrientes por meio desses rizóides, enquanto outros absorvem água por meio de suas superfícies.

Também conhecidos como briófitas, os musgos estão no planeta há 450 milhões de anos – sobreviveram a mudanças climáticas extremas e hoje fazem parte de ecossistemas em todos os continentes. 

Com esta longa “história”, não é de se estranhar que musgos sobrevivam e sejam encontrados nos mais diversos ambientes e ecossistemas. Existem até algumas espécies que se propagam em desertos ou no frio intenso. E é justamente por esta enorme resiliência que estas pequenas plantas têm um papel importante no desenvolvimento de novos ecossistemas.

Os musgos são considerados espécies pioneiras – são os primeiros a se instalar em ambientes que passaram por algum evento negativo como desmatamento ou incêndios florestais. Seu papel é justamente estabilizar a superfície do solo e reter a água, melhorando as condições para que outras plantas possam crescer. Isso vale para florestas devastadas e para o seu jardim ou vaso.

Os musgos equilibram a temperatura do solo e tem a capacidade de reter a água, funcionando como uma esponja. Ou seja, sua presença garante solos úmidos e com uma temperatura adequada para o crescimento de outras espécies da flora nativa.

Além disso, sua presença aumenta a biodiversidade e é importante para a presença de insetos. Como todas as plantas, os musgos também sequestram carbono e ajudam a limpar o ar e combater a poluição do ar.

Esteticamente estas pequenas plantas garantem ainda um visual com mais verde e vida para qualquer jardim ou vaso. Talvez por isso, os musgos sejam muito valorizados e usados na composição de terrários.

E então, acredita que cultivar musgos pode realmente trazer benefícios? Veja algumas dicas de como você pode fazer isso!

Musgo crescendo no chão

Como já foi dito, o musgo que cresce no chão garante a cobertura do solo, preservando sua umidade e temperatura. O único cuidado é retirar o musgo de áreas de passagens, porque ele pode se tornar escorregadio e causar quedas e acidentes. Fora isso, se o seu jardim produz musgo, deixe que ele cresça!

Caso o musgo esteja ocupando uma passagem ou um local onde você quer cultivar outras espécies, ao invés de arrancá-lo, retire o musgo com cuidado e replante onde você achar melhor. É fácil transplantar cuidadosamente pequenos pedaços de musgo com um pouco de solo abaixo deles, para um novo local.

A nova área deve ter uma superfície e úmida, de preferência com alguma matéria orgânica. Coloque a “placa” de musgo sobre esta superfície e pressione com cuidado para não prejudicar a planta. Depois de replantar, regue bem e deixe que a natureza faça o resto. Uma dica é escolher um local para replantar que tenha características semelhantes às do local original ou ainda tentar plantar em um vaso para ambientes internos.

Cultivo de musgo em rochas ou outras superfícies

É possível cultivar musgo em diversas superfícies, desde solo, madeira e até rochas ou pedras. Você pode dar uma ajuda para que a planta se fixe nestes locais, colocando um pouco de matéria orgânica abaixo da placa de musgo com a terra junto das raízes.

Algumas pessoas usam iogurte natural como uma “cola” em locais mais lisos, como pedras. Basta colocar uma pequena camada de iogurte e deixar a placa de musgo sobre ela – a planta deve se fixar e começar a crescer forte em poucas semanas.

Ciclovivo

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